Glúten: Doença celíaca, intolerância e sensibilidade?

Glúten: Vilão ou Inocente? Descubra a Verdade Sobre Esse Nutriente

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Balança com pães de um lado e vegetais de outro com a frase “Descubra a verdade”
Entenda as diferenças entre doença celíaca, intolerância ao trigo e sensibilidade ao glúten, e saiba quando excluir o glúten da alimentação.
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O que é o glúten?

O glúten é uma proteína presente em cereais como trigo, centeio e cevada. Ele dá elasticidade às massas e textura macia a pães, bolos e outros alimentos assados. O nome vem do latim “cola”, refletindo sua função de unir os ingredientes.

Pães, massas, arroz e cereais com etiqueta escrita “gluten”
O glúten está presente em diversos alimentos do dia a dia — nem sempre é necessário excluí-lo da dieta.

Embora faça parte da alimentação humana há milhares de anos, o glúten ganhou fama controversa nas últimas décadas, sendo acusado de causar inflamação, ganho de peso e outros problemas. Mas será que o glúten é vilão ou inocente? A resposta depende do contexto e da saúde individual.

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Doença Celíaca: quando o glúten realmente é um problema

A doença celíaca é uma condição autoimune na qual o corpo reage ao glúten, provocando inflamação e danos na mucosa do intestino delgado, o que compromete a absorção de nutrientes.

Apesar de existirem relatos de sintomas semelhantes da doença desde a antiguidade, o primeiro registro clínico foi feito em 1888 pelo médico Samuel Gee, mas a relação direta entre glúten e saúde intestinal só foi estabelecida durante a Segunda Guerra Mundial, pelo pediatra Willem-Karel Dicke. Ele notou que crianças celíacas melhoravam quando havia escassez de trigo e outros grãos com glúten.

Hoje se sabe que a doença é genética, pode se manifestar em qualquer idade e é diagnosticada por exames de sangue e, muitas vezes, biópsia intestinal. O único tratamento eficaz é uma alimentação saudável sem glúten e livre de contaminação cruzada.

Doença celíaca x intolerância ao trigo x sensibilidade ao glúten não celíaca

Muitas pessoas confundem doença celíaca, intolerância ao trigo e sensibilidade ao glúten não celíaca. Apesar de parecerem semelhantes, são condições diferentes com mecanismos distintos:

Doença Celíaca:

É uma doença autoimune em que o sistema imunológico ataca o intestino ao detectar a presença de glúten.

A resposta autoimune danifica o intestino. Necessita de exclusão total do glúten.

A exposição contínua pode levar a desnutrição, osteoporose, infertilidade e até câncer intestinal.

O diagnóstico é confirmado por exames de sangue (sorologias específicas) e biópsia intestinal.

O único tratamento é a exclusão total do glúten da dieta, incluindo a atenção à contaminação cruzada.

Veja mais sobre a doença celíaca aqui.

Pessoa segurando um feixe de trigo com texto explicativo sobre condições relacionadas ao glúten
Doença celíaca, intolerância ao trigo e sensibilidade ao glúten não celíaca têm sintomas parecidos, mas causas distintas.

Intolerância ao Trigo:

É uma resposta adversa não autoimune ao trigo, podendo envolver reações digestivas e até respiratórias.

Os sintomas podem incluir inchaço, diarreia, dor abdominal e náusea após o consumo de produtos com trigo.

Ao contrário da doença celíaca, o sistema imunológico não está envolvido e o intestino não sofre danos permanentes.

Muitas vezes, é confundida com alergia ao trigo, que é uma reação imunológica imediata e potencialmente grave.

Sensibilidade ao Glúten Não Celíaca:

Pessoas com essa condição relatam sintomas semelhantes aos da doença celíaca, como dor abdominal, cansaço e cefaleia, mas não apresentam os marcadores autoimunes nem danos intestinais típicos da doença celíaca.

O diagnóstico é de exclusão, feito quando doença celíaca e alergia ao trigo são descartadas.

A ciência ainda investiga as causas, e alguns estudos sugerem que outros componentes do trigo, como os FODMAPs, podem estar envolvidos.

FODMAPs: será mesmo o glúten o culpado?

Leite, queijo, uvas, maçãs e trigo dispostos em uma superfície clara com a palavra FODMAPs
FODMAPs podem causar desconforto intestinal em pessoas sensíveis — entenda quais alimentos contêm.

Muitas pessoas acreditam ter sensibilidade ao glúten, mas na verdade reagem aos FODMAPs (Fermentable Oligosaccharides, Disaccharides, Monosaccharides, and Polyols) — carboidratos de difícil digestão presentes no trigo, centeio, cevada e outros alimentos. Esses compostos fermentam no intestino e podem causar gases, inchaço, dor abdominal e diarreia.

Nesses casos, a melhora não ocorre porque “o glúten inflama”, mas porque alimentos ricos em FODMAPs foram reduzidos.

Principais alimentos ricos em FODMAPs:

Trigo, centeio e cevada (especialmente em grandes quantidades)

Leguminosas como feijão e lentilha

Frutas como maçã, pera e melancia

Produtos lácteos com lactose

Adoçantes como sorbitol e manitol

Algumas pessoas que acreditam ter sensibilidade ao glúten podem, na verdade, reagir aos FODMAPs presentes no trigo. Nesses casos, a exclusão do glúten parece trazer alívio porque alimentos que contêm glúten também são ricos em FODMAPs.

O terrorismo alimentar e o mito do “glúten inflamatório”

Frases como “O glúten inflama seu corpo” ou “Corte o glúten para emagrecer” circulam nas redes, mas não têm base científica para a população geral. Para quem não tem doença celíaca ou sensibilidade confirmada, o glúten não inflama nem prejudica a saúde. Pelo contrário, cereais integrais que contêm glúten fornecem fibras, vitaminas e minerais.

O verdadeiro problema está no consumo excessivo de ultraprocessados com glúten (pizzas congeladas, bolachas recheadas, fast-food), que fazem mal por conta de açúcares e gorduras, não pela proteína em si.

Vivemos na era da informação (e da desinformação). Vídeos virais e dietas da moda transformaram alimentos comuns em “vilões”. O glúten é um dos alvos preferidos. Generalizar o glúten como vilão é simplista e não considera o contexto alimentar como um todo.

Mulher deitada sobre a mesa olhando para um prato com dois tomates cereja e folhas verdes
A relação com a comida vai além da fome — envolve emoções, saúde e restrições alimentares.

O problema está no terrorismo alimentar que cria pânico e culpa nas escolhas alimentares. Dietas restritivas sem necessidade podem causar deficiências nutricionais e levar a comportamentos alimentares desordenados.

Alimentação sem glúten: para quem é indicada?

A exclusão do glúten deve ser feita apenas por quem tem doença celíaca, intolerância ao trigo ou sensibilidade ao glúten não celíaca confirmada. Cortar o glúten sem necessidade pode causar carências nutricionais e gerar comportamentos alimentares restritivos.

Antes de adotar uma dieta sem glúten, é fundamental buscar diagnóstico e orientação profissional. A individualização é a chave para manter uma alimentação saudável sem glúten quando ela é realmente necessária.

Conclusão

O glúten não é o vilão universal que muitos imaginam. Ele só precisa ser eliminado em casos específicos, diagnosticados por médico ou nutricionista. Evitar o terrorismo alimentar e basear as escolhas na ciência é essencial para manter a saúde e a relação equilibrada com a comida.

Se você suspeita de problemas com o glúten, procure um profissional para uma avaliação completa antes de mudar a dieta. Sua saúde intestinal — e geral — agradece.

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